Ali, à esquina dos desencontros
os dois que olham sem se ver.
Será o fim do infinito?
Sem tempo, sem fundo, o que finda?
Estranhos que se assombram
depois de tudo e de tanto juntos.
Além do quanto fizeram, ficou
também o que calaram, ali,
à esquina dos esquecimentos
ali, onde acaba a rua do adeus.
Estarão dizendo o que sequer se supôs?
Após as guerras, as feridas
e o degredo em terra alheia
onde o esquecimento mira
a paisagem que ficou além mar
E o vento varre os vultos que,
sem volta, se perdem para sempre
sem chão, sem teto, sem amor, sem nada.
Rio, 28 de julho de 2014